A polêmica da semana, inegavelmente, foi a acusação do PL de assédio contra o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), por conta de um episódio envolvendo a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC).
Na Comissão de Segurança da Câmara Federal, durante uma audiência que contou com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), Jerry chega por trás da parlamentar catarinense e fala algo ao seu ouvido, Zanatta reclama da atitude.
O PL entendeu se tratar de assédio e levou o caso para a Comissão de Ética, pedindo inclusive a cassação do maranhense, que, desde o início do episódio, repudia a denúncia e se diz inocente.
É óbvio que, infelizmente, o assunto, que é extremamente sério e delicado, foi levado para o debate político partidário. Também parece um exagero o pedido de cassação, bem como não se tem como afirmar que houve assédio por parte de Márcio Jerry.
No entanto, é inegável que Jerry foi imprudente e tomou uma atitude totalmente equivocada, ao se aproximar por trás de uma deputada, que afirmou não ter intimidade com o colega de parlamento, e sussurrar ao seu ouvido. Algumas mulheres que defendem a causa chegaram a classificar como um caso clássico de violência política de gênero (veja aqui).
A maioria das mulheres não gostariam de passar por essa situação, principalmente com alguém que não possuam intimidade e não tenham lhe dado tal liberdade, bem como a maioria dos homens não gostariam de ver suas esposas na cena que ganhou notoriedade na imprensa nacional.
Além disso, o mais importante e que precisa ser levado em consideração sempre, é que a deputada Júlia Zanatta não gostou da abordagem e reclamou quase que instantaneamente da postura de Márcio Jerry.
Acredito que o deputado maranhense esteja arrependido, mesmo que sem maldade, da maneira como abordou a colega deputada e, se pudesse voltar atrás, não faria novamente.
Sendo assim, faltou a Márcio Jerry, no mínimo, um pedido público de desculpa, não pelo assédio, que não ficou comprovado e que ele assegura que não praticou, mas pela abordagem feita e que visivelmente incomodou uma mulher.
É aguardar e conferir, mas nunca é tarde para reconhecer o erro.