O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), nesta terça-feira (25), se disse impressionado com a quantidade de pessoas que estariam incomodados com o avanço nas investigações do Caso Marielle Franco.

A declaração de Dino foi dada um dia após a Polícia Federal ter deflagrado a Operação Élpis, que revelou detalhes da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes a partir da delação de Élcio Queiroz.

“Me impressiona a quantidade de gente incomodada com o avanço das investigações do caso Marielle. Me impressiona mas não me intimida nem desmotiva. Vi de tudo nas ultimas 24 horas: disparates jurídicos proferidos por incompetentes; comentários grosseiros na TV; campanhas de desinformação via internet; reclamação pela presença da Polícia Federal nas investigações. Sabem o que mudou no nosso caminho de luta ? NADA”, disse Dino.

No entanto, existe um equívoco muito grande por parte de Dino, muito provavelmente proposital. As críticas, na sua maioria, não foram pelo avanço das investigações, mas sim pelo uso da deleção premiada, algo criticado por alguns na Operação Lava Jato.

O senador e ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, foi um dos críticos da postura incoerente de alguns.

“A colaboração premiada, apesar de demonizada pelo PT, revelou as roubalheiras na Petrobras durante o Governo Lula, e agora é invocada pelo PT para confirmar o que já sabíamos, que Lessa é o suspeito do assassinato de Marielle. Espero que cheguem no mandante e mordam a língua ao criticarem métodos modernos de investigação”, disse Moro.

No âmbito da Operação Lava Jato, alguns diziam que os investigados estavam sendo pressionados a delatar contra Lula e tentaram fazer as pessoas desacreditarem nas delações premiadas. E é exatamente daí que surgiram algumas críticas no avanço do Caso Marielle Franco.