Uma operação da Polícia Federal cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em diversas regiões do país e até mesmo a prisão de dois servidores da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.
De acordo com a PF, foi realizado um esquema de rastreamento ilegal de celulares por servidores da ABIN. Os monitoramentos ilegais teriam sido acionadoa mais de 30 mil vezes em dois anos e meio e chegou a acompanhar os passos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), jornalistas, políticos e adversários da gestão do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), condenou a prática ilegal que estava utilizando o programa FistMile para espionar políticos, membros do Judiciários, e jornalistas.
“Interceptações telefônicas tem regras rigorosas: só podem ocorrer com autorização judicial e para investigação de crimes. Jamais para espionagem de políticos, magistrados ou jornalistas, como há indícios quanto ao passado. Operação importante foi realizada hoje pela Polícia Federal, para investigar esses fatos pretéritos”, comentou.
Passado – O curioso é que o próprio Flávio Dino, quando foi governador do Maranhão, acabou sendo acusado também de comandar um esquema de espionagem contra adversários políticos, jornalistas e até membros do Judiciário. Cerca de dez partidos chegaram a pedir a Procuradoria Geral da República a decretação de intervenção federal na Secretaria de Segurança Pública do Maranhão.
Mais recentemente, no Senado Federal, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) abordou o assunto em vídeo que ganhou grande repercussão (reveja).
Agora, quem era acusado de espionagem, condena a prática que pode ter sido utilizada no Governo Bolsonaro.