Em discurso na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Mical Damasceno rebateu indiretamente as declarações do seu colega de parlamento, Rodrigo Lago (PCdoB), e chamou os deputados ligados ao ex-governador Flávio Dino de “jabutis”.
Na sessão de terça-feira (19), Lago criticou Damasceno por usar a estrutura do governo Brandão- de centro-esquerda- para se beneficiar, porém é bolsonarista, movimento político de extrema-direita (reveja aqui).
Após as declarações, a deputada subiu a tribuna na quarta-feira (20) para se manifestar e afirmou que ela foi procurada pelo governador pois ele queria aproximação com os evangélicos. “Quando ele me procurou, não procurou a deputada Mical, eu não vim aqui para me representar, eu vim aqui para representar uma classe.”
E completou: “Ele quis estreitar essa relação para que a gente pudesse construir uma ponte que foi destruída pelo governador anterior, e agora estamos sendo, na verdade, taxados, porque nós votamos. E aqui ninguém nega que nós votamos em Bolsonaro. E agora vem uns defensores aqui dizer, incomodados, chamando que nós temos que combater o bolsonarismo. Combater quem? Estão querendo combater a igreja, o povo evangélico? Quer dizer que nós estamos condenados? Nós temos que ser cancelados nesse governo?”
Em outro trecho do discurso, Mical criticou os deputados que estão querendo que Brandão não dê espaços no governo para os bolsonaristas e os chamou de “jurados-jabutis”, dizendo que estão desorientados após a saída de Flávio Dino da política. Ela não citou nomes, mas se referia aos deputados Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB), Othelino Neto (PCdoB), Júlio Mendonça (PCdoB).
“Porque o governador tem que agradar uma minoria, os jurados-jabuti, porque os jabutis são aqueles que são colocados numa árvore, e agora eles estão perdidos porque o seu líder deixou, saiu, e aí eles estão desnorteados. Eu quero dizer que, se tem um jabuti numa árvore, alguém o colocou lá, e eu sei que é preciso eu conviver com esses jabutis, porque não chegaram por mérito próprio, chegaram em cima da estrutura do governo, porque eles estavam acostumados, eram secretários, viviam o tempo todinho sendo beneficiados, mas agora, nesse governo, o governador resolveu tratar todo mundo igual, mas tem uma minoria aqui dos jabutis que quer ser diferente, não quer respeitar a democracia e não quer que o segmento evangélico faça parte ou tenha uma ajuda em relação a políticas públicas que são do nosso direito”.
A parlamentar disse ainda que espera que todos os “jabutis” caiam.
“Nós somos cidadãos do céu, mas, enquanto cidadãos dos céus, somos cidadãos da terra e temos também esse direito. Agora eu sei que essa árvore vai ser sacudida. Eu creio, verdadeiramente, e eu tenho muita paciência, muita perseverança que esses jabutis vão cair, porque eles não têm mais o guia, não têm o seu líder, então a gente já sabe que o desespero tomou conta, porque não contam mais com a sua liderança”.
Assista ao vídeo: